Desapegar é preciso!
- Wix Lovers

- 23 de mai.
- 3 min de leitura
“O desapego é um processo de evolução. Ele está diretamente ligado ao autoconhecimento“.

Desapegar é um verbo que ganhou a mídia nos últimos tempos. Acredito que o período de isolamento social acarretado pela pandemia trouxe reflexões necessárias à tona. Pela primeira vez, muitas pessoas olharam para seus ambientes físicos, suas coisas, suas posses, seus pertences e simplesmente se sentiram impotentes.
O ‘ter’ deu lugar ao ‘ser’ do dia para a noite e desarticulou uma sociedade construída no alicerce do consumo. Confesso que esse movimento ascendeu a luz a um novo olhar, onde os excessos de um consumismo exacerbado começaram a ser questionados e as pessoas olharam para si, na intenção de preencher um vazio que ia além do material.
Filosofias de vida como o minimalismo e o essencialismo ganharam destaque e houve um aumento do interesse de muitos por uma vida mais simples, sem excessos e com mais significado. Porém, para atingir uma evolução nesse sentido, havia e ainda há um caminho obrigatório chamado desapego.
Esse desapego se refere a eliminar bens materiais que temos em excesso. Ao reduzir os nossos itens, com certeza teremos mais tempo disponível para nos dedicar às experiências que darão sentido às nossas vidas. Mas o desapego vai além desses itens físicos e também se refere aos relacionamentos, pessoas e vivências que já não fazem sentido em nosso novo contexto de vida.
Podemos dizer que desapego e minimalismo andam de mãos dadas. Mas o minimalismo que eu acredito é um minimalismo sem radicalismos. As coisas tem que acontecer de uma forma natural e leve. O desapego não acontece isolado, é uma convergência de fatores que fazem você chegar lá.
É mesmo um processo de evolução. À medida que você compreende a essência do minimalismo, o desapego chega como uma consequência, como um caminho de evolução e autoconhecimento.
Sempre que leio sobre o desapego me dá vontade de sair praticando para vivenciar o delicioso sentimento que esse processo carrega. Porém, muitas pessoas não sabem como aplicar o conceito do desapego em na sua rotina. Por isso, escrevi um pouco sobre essa prática, a qual eu chamo de Destralhe.
Assim, aquilo que parecia difícil e complicado começa a ganhar forma e a fazer sentido e você logo percebe que pode vivenciar todos os resultados. É só dar o primeiro passo.

Destralhar é colocar em prática o desapego. É eliminar tudo aquilo que não faz mais sentido em sua vida. O destralhe é um processo individual e particular, onde você usa a intenção para selecionar tudo aquilo que não tem mais razão de permanecer em sua vida.
Aqui estou falando das roupas, sapatos, documentos, fotografias, utensílios e móveis da sua casa sim. Esse é o Destralhe físico. Mas estou falando também dos seus hábitos, dos seus relacionamentos, comportamentos e estilo de vida. Esse é o Destralhe emocional.
Uma idéia que acho bem interessante é começar pelo Destralhe físico, por cômodos da casa, separando os itens que vai eliminar. Não precisa ser todos os dias, nem ter uma sequência, o importante é determinar uma rotina de trabalho. Exemplo: a cada semana um cômodo da casa, ou a cada mês dois ou mais cômodos da casa, e assim adaptar e seguir como melhor se encaixar na rua rotina de vida. Você pode inclusive criar seu próprio método e desafios.
Quanto ao Destralhe emocional, gosto de sugerir um bloco ou caderno para anotações. Assim você vai aos poucos escrevendo tudo aquilo que você quer mudar e eliminar na sua vida. Esse é um processo um pouco mais demorado, uma vez que envolve reflexão e aceitação. Porém, percebo que uma vez iniciado o Destralhe físico, o Destralhe emocional acaba surgindo como consequência, de forma clara e tranquila. É que ao destralhar os excessos materiais também estamos lidando com nossas emoções e, portanto, redescobrindo muito sobre nós.
Nessa jornada, o tempo e a calma são grandes aliados. Cada um tem uma história, uma trajetória, uma relação com os objetos, pessoas e suas rotinas. Não podemos criar um mecanismo único para todos. Encontrar o seu próprio formato é o melhor caminho.
Uma vez compreendido, o destralhe vai sempre acompanhar a sua vida. Com o tempo, você vai conseguir perceber que essa prática vira uma hábito e naturalmente você começa a fazer escolhas conscientes daquilo que entra e sai da sua casa e da sua vida.
Ao praticar, você trabalha e aprofunda o seu desapego físico e emocional. A cada escolha um aprendizado. O destralhe se torna um grande aliado para que cada um possa encontrar a sua melhor maneira de deixar ir aquilo que não serve mais!
E você, tem alguma experiência com o desapego? Me conte aqui!
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